sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Desabafo profundo

Hoje tenho mesmo que falar, deitar para fora, me expressar…


Hesito, porém escrevo. Não dá mais para reter, custa-me processar tudo de uma só vez…

Nunca escondi de ninguém que o Outono/Inverno é terrível para mim. Nasci em Janeiro, parece que foi maldição, vá-se lá entender. Desde fins de Setembro a Março, se essa graça me fosse dada, adorava hibernar, acordar apenas com os primeiros chilreios de Primavera.

Este ano, não foge à regra. É estranho como, ano após ano, parece que tudo o que há para me acontecer de menos bom espera por esta altura do ano, como se tal fosse possível. Mantenho-me positiva, ou esforço-me por isso, tentando como que quebrar este “feitiço”. Aguento, calo, digiro.

Um membro muito próximo da minha familia é vítima de violência doméstica há já vários anos. Como esquecer? Não dá! Toma-se uma atitude, espera-se que seja suficiente, não é. Parece uma bola de neve, reação gera reação e as coisas estão na mesma ou pior, com a agravante de agora se estar no núcleo de essa bola de neve. Misturam-se as emoções do suposto aniversário do meu falecido pai, com a mágoa do desaparecimento do felino que nos acompanhou nos momentos mais difíceis da vida, como se entendesse a nossa tristeza e nos puxasse para a vida e da luta da Corajosa ou Spirit, que parecia ter agora direito a uma vida digna e feliz, para ter que ser posta a dormir. Vivi a história dessa égua, deixei que entrasse no meu coração, esmoreci ao saber o seu triste fim… Para finalizar, aproximam-se duas datas dramáticas, do subir de um pequeno anjo muito amado e do seu avô.

Depois, a cereja no topo do bolo, ciumeiras na familia do marido na nossa direcção, daquelas que deviam corar de vergonha qualquer um, visto que dão origem a birrinhas dignas de crianças de 5 anos. Resultado: não há prendas de Natal para ninguém daquele lado da familia e a ceia, que seria em casa dos envolvidos, ficou sem efeito. Pelo meio os meus sogros ficaram bastante magoados com a falta de respeito do próprio filho para com eles e não acreditam como é possível tais ciúmes entre irmãos…

Por mim, tanto se me dá como se me deu, não haver prendas de Natal. Estamos a poupar para passar de ano com a nossa afilhada de casamento, que vive na Suíça, e se menos dinheiro gastar nos tarecos de Natal ainda melhor.

Desculpem, mas estava a rebentar pelas costuras… Agora que “falei”, sinto-me um pouco melhor!

Agora, em frente, que atrás vem gente!!!!

2 comentários:

  1. É tão pessoal que fico sem palavras, para além dos lugares-comuns, das tiradas usuais… E com algum alívio por saber que desabafar te fez sentir melhor.
    Estou por aqui!
    Beijinho

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  2. Eu sei, Henrique, que devia reter isto só para mim, mas custa-me engolir esta amálgama de emoções. É impressionante como sou um íman para más experiências...
    Enfim, agradeço a Deus, porém, as coisas boas que tenho em meu redor, os meus filhos, amigos. Pessoas como tu.

    :)

    Bjkss

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Concordas? Nem por isso?
Apetece-te deixar uma palavrinha?
Então força!

:P