terça-feira, 10 de julho de 2012

E se um médico um dia estiver no lugar do paciente?


Eu até entendo que ninguém gosta de perder regalias, ter cortes nos salários e subsídios, trabalhar mais com menos. Entendo que trabalhar por amor à camisola é coisa de passado longínquo, ou para um ou dois que ainda faz voluntariado. Entendo ainda que ninguém gosta de andar vários anos a queimar os neurónios na escola, para depois ser mais um Zé Ninguém no mercado de trabalho. Entendo que muitos se habituam a um nível de vida do qual não conseguem abdicar em caso de necessidade, como ter empregada doméstica, uma segunda casa para férias, morar no bairro XPTO, ter um carro topo de gama e pagar os estudos aos filhos que já andam na faculdade há 6 anos e não saem da cepa torta, dando-lhe ainda uma semanada choruda para as noitadas, indumentárias da loja VIP e uma viatura de calibre para mostrar lá no campus. Eu juro que entendo tudo isso... Agora, gostava era de ver um médico num hospital público, doente, sem forças e chamar alguém para o ajudar e não haver ninguém. Oh se gostava...

4 comentários:

  1. De certa forma, poderia ser pedagógico... Um médico tratado como um paciente normal... Gostava!

    Beijinho

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  2. Pois, mas quem tem um amigo, tem tudo. Com certeza de que os médicos terão amigos com fartura...

    Bjs

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  3. Mesmo durante a greve há sempre médicos a assegurar trabalho na urgência e de chamada à enfermaria. Por isso duvido que tal se tenha passado. As casas de ferias ou filhos a estudar há 6 anos que não saem da cepa torta não são exclusivas dos médicos.
    Este post é de lamentar.

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  4. Sr ou Srª anónima,
    Só agora vi este seu comentário. Desculpe, mas não percebo o que quer dizer com "tal se tenha passado". Refere-se ao que o cartoon diz? Claro que o cartoon está exagerado, mas isso deve dizê-lo ao cartoonista Henrique Monteiro, não?
    Em segundo lugar, sei do que falo, portanto, o que é de lamentar são esses casos que referi, e não o post. Quantas vezes são enviadas pessoas para Coimbra quando em Leiria não está nenhum especialista de determinada àrea, em dias normais? Claro que, com as greves, muito mais acontece. Ou será que quando não há greve não está disponível por vezes algum e, milagrosamente, em dias de greve já há? Era irnónico, não?
    Quanto ao resto, por algum acaso referi que eram exclusivos dos médicos? Ah, já agora, experimente ir a um médico particular no seu gabiente e depois vá ao hospital e peça o mesmo. Verá a diferença no tratamento. Eu já vi...

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