Espectáculo de dança

Não posso estar sempre a escrever àcerca do que corre menos bem na minha vida, as crises existenciais, as agruras com os filhos, as mazelas e doenças…  Afinal de contas, na minha vida também acontecem coisas boas, algumas experiências memoráveis, amizades fantásticas.

Este fim de semana preparo-me para uma estreia: dançar. Sim, alguns pais vão dançar no espetáculo da escola de dança frequentada pela minha primogénita e eu faço parte desse grupo.

A Inês iniciou a dança com 5 anos, a conselho do pediatra que, face ao seu percentil 95, dizia que devia entrar numa atividade que a fizesse mexer. Escolhemos então a dança. Frequentou uma escola com a qual não me identifiquei, de todo, uma vez que o professor era muito rígido com elas, ralhava-lhes imenso, mas era, quanto a mim, imaturo. Além disso, era sempre o mesmo grupo de 4 meninas “graxistas” a merecer a atenção e a organização dos eventos deixava muito a desejar.

Parou dois anos, depois inscrevi-a noutra escola, uma vez que descobri que uma amiga minha de escola dava aulas de dança a 5 minutos de minha casa. Que mais poderia pedir? As aulas têm um preço acessível (algumas escolas cobram os olhos da cara), consulta os pais e aconselha-nos aquando da escolha e confeção dos fatos para o espetáculo de fim de ano, não vai a concursos (para mim é excelente, uma vez que este mundo não é tão pacífico como muitos pensam) e tem umas ideias fantásticas. Faz tudo de raiz, ou seja, não se baseia numa trigésima quinta versão do Lago dos Cisnes, por exemplo. Aliás, o que mais aprecio nesta escola é isso mesmo: originalidade e efeito surpresa. Depois, não há “meninas queridas” e todas adoram a professora.

Pois bem, este ano alguns pais vão entrar no espetáculo de fim de ano. Os ensaios começaram há cerca de 3 meses e devo dizer que tem sido uma experiência memorável. Somos pais da classe média e baixa, entendemo-nos às mil maravilhas. Não há narizes empinados, a coreografia foi ensaiada a toque de risos e companheirismo, ajudamo-nos mutuamente.

A dois dias do espetáculo, estou a começar a sentir um friozinho na barriga, mas sei que vai correr bem. Aliás, só pode correr bem! Com uma professora empenhada como a Cláudia, com alunos que se ajudam uns aos outros, com pais compreensivos e babados, só pode mesmo.

Ah, é verdade, o espetáculo vai ser na sala do teatro municipal da cidade, com cerca de 800 lugares,  e está ESGOTADO! Yeaaaaaaahhhhh!!